Rota Estrada D. Maria I - Rio Maior, Alto da Serra

ROTA ESTRADA D. MARIA I / D. MARIA PIA 

ALTO DA SERRA - CASA DA MUDA - Freguesia de Rio Maior – 2023


A Comissão de Melhoramentos e Associação Representativa, Desportiva e Cultural do Alto da Serra tem a sua sede na CASA DA MUDA, edifício que adquiriu e restaurou. Hoje é um Património Vivo, não só porque foi recuperado, mas porque alberga as memórias das suas gentes e sua história local em documentos, artefactos e numa exposição fotográfica. Além de ser um espaço turístico, na freguesia da Rio Maior, lá pode confraternizar e usufruir de um salão com um palco. 


No dia 23 de set., sábado, pelas 15h:00, no âmbito das Jornadas Europeias do Património inaugurou-se à frente da sua entrada, na rua Estrada D. Maria I, um totem com código QR, integrado na Rota Estrada D. Maria I / D. Maria Pia, um projeto da Terra Mágica das Lendas de Benedita, que se estende da Asseiceira à Batalha. 


António do Coito e António Colaço da CASA DA MUDA em ligação com o presidente da JF de Rio Maior, João Rebocho, responsabilizaram-se na preparação do local em frente da Casa da Muda para a plantação de uma oliveira em homenagem a D. Maria I, a todos os que aqui viveram, que por aqui passaram e que aqui fizeram a ´mudança dos seus animais de tração das carruagens, diligencias  e outros veículos  incluindo a  Mala Posta. Esse evento ocorreu no dia 25.03.23 em todas as sete freguesias que entraram nesta Rota.


A CASA DA MUDA, nasceu de um grupo de pessoas que em 1967 integraram a inicial Comissão de Melhoramentos do Alto da Serra. Receberam Marcelo Caetano em 1973 e a verba que ele prometeu para aquisição da degradada estação ‘A MUDA’ chegou a quem de direito. A casa foi adquirida e restaurada.  Esta Rota articula-se com esta coletividade  que salvaguarda e dá vida às memórias das gentes do lugar, bem como aos muros da Estrada D. Maria I, que ainda são visíveis e alguns bem estimados.


É no código QR que se podem ver imagens e ler outras informações sobre a história do Alto da Serra e das suas paisagens, incluindo um texto de Cornide y Saavedra de 1801, castelhano viajante que por aqui passou vindo do norte e descreveu esta paisagem, uma herança paisagística que ainda hoje reconhecemos.



 “…antes de este lugar [Candeeiros] se corta por una portilha de poca elevación la cadena de montes que desde Coimbra se tras sempre a la vista sobre la mano izquerda, y que al principio se llama Sierra de Anciaens y luego de Albardo, y continúa a la derecha a unir-se com Montejunto, cabeza elevado y que se distingue entre todos los del contorno y que vários autores portugueses reducen el famoso Monte Tagro a donde los antigod supusieram que los yeguas concebían del Zephiro; lo certo es que todas as cañadas y valles que rodean dichos montes son muy aptas para pasto de aquek ganado y que en elas he visto muchas vacadas. Desde la ya dicha portilha se baja une cista bien suavizada com el nuevo caminho hasta el lugar de Rio Maior y une hoyada que cae a su izquierda brota una fuente salina cuias aguas aprovechan los naturales para hacer la sal que necesitan y que he visto en Rio Maior y me há pareciso muy buena. Rio Maior, assentada ya en la llanura, está en margen derecha de un rio que le da nombre y nace media légua más arriba, en las faldas de Montejunto y va unir-se com el Tajo más abajo de Azambuja; el Pueblo es arande y de

gente acomodada”,[…]


Cornide y Saavedra, descreveu em 1800 a paisagem pelo Alto da Serra onde viu as salinas de Rio Maior, paisagem não muito alterada desde então…

in Ricardo Charters   d’Azevedo  A Estrada de Rio Maior a Leiria em 1791, p. 78 ed. Textiverso, 2011.












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