Teve lugar no passado dia 4 de abril, incluída na Semana Cultural do ECB - Externato Cooperativo de Benedita, a anunciada conferência em epígrafe, perante 115 pessoas, entre alunos e pessoas da região.
A 25 de Abril, o golpe militar
efectuado pelo MFA (Movimento das Forças Armadas) tinha um Programa político que
ficou conhecido com o Programa dos 3D – de Descolonização, Democratização e
Desenvolvimento.
Pedro Lauret, capitão de Mar-e-Guerra, membro do MFA da
Marinha, falou sobre a guerra colonial. Cumpriu serviço militar na Guiné, e explicou
por que foram os militares e não a Oposição a derrubar o regime ditatorial de
Salazar e Marcelo Caetano. Os militares aperceberam-se de que era impossível vencer
essa guerra, e que a única forma de a terminar era derrubar o regime.
Coube ao historiador José Pacheco
Pereira, fundador do arquivo Ephemera, falar do Estado Novo e afirmou
‘Há ainda muito por estudar’. Leu milhares de aerogramas, que os soldados
escreviam para as famílias, e nos primeiros anos, sentia-se que a guerra era
legítima: ‘Estou aqui em missão’, escreviam, mas a partir de 1965 diziam: ‘sinto-me
abatido’. Concordou assim com a importância da guerra colonial para o fim do
regime, tanto mais que as Forças Armadas tinham sido um pilar do Estado Novo e
só então deixaram de o ser. Fazendo a história da Oposição, sublinhou o alcance
da democratização ter trazido o fim da censura, da PIDE.
Luísa Tiago de Oliveira, professora do ISCTE, também a
primeira oradora da tarde e ainda a moderadora da mesa, apresentou de início os
3 D do MFA e tratou do D de Desenvolvimento. Apresentou indicadores de mudança,
comparando a situação em 1970 com a actual:
- Esperança de vida: de
67 anos passou para mais de 80 anos.
- Taxa de mortalidade
infantil: de 56 por mil passou para menos de 3 por mil.
- Ensino -Taxa de
analfabetismo: de 26% passou para 3% hoje. Ensino secundário: grande expansão, passando-se
de 6 anos de escola obrigatória em 1970 para 12 na atualidade. Ensino superior:
havia 4 Universidades no continente, há agora Ensino Superior em todas as
capitais de distrito.
- Habitação: - Água
canalizada - de 48% passou para 99,7%. Eletricidade - de 64% passou para 99,7%. Esgotos - de 60% passou para 97,4%.
Falou ainda da exiguidade
da rede telefónica e da RTP a preto e branco só umas horas por dia!
Lembrou que as
comemorações do 25 de abril ainda não acabaram: neste ano comemoram-se as
primeiras eleições livres e em 2026 celebram-se os 50 anos da Constituição Portuguesa.
O diretor do ECB, Nuno
Rosa, em seu nome e da TML agradeceu vinda dos oradores e ofereceu lembranças
do ECB e da firma JERO.
A TML agradece a presença
de todos.
Lúcia Serralheiro
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