“Todos os objetos marcados
pela mão e a mente do
homem constituem a matéria-
-prima da história”
António Borges Coelho
in Jornal de Letras
Planeamos para odia, o 1º de maio de 2021, esta visita à Quinta da Serra, porque o lagar e o casario que o rodeia, incluindo a chavanca (reservatório de água), está em vias de ser demolido para dar espaço aos lotes da zona industrial da Benedita em construção neste momento. A capela situada a nascente do lagar foi demolida nos finais do século XX possibilitando o parecer positivo da DGPC para que as restantes construções: residência de caseiros, queijaria, pombal, quartel dos ranchos de azeitona e outros cómodos para guarda de alfaias e animais, possam desaparecer.
Pombal (Fernando Maurício)
Lagar - interior (António Catarino)
A Cooperativa Terra Mágica das Lendas no âmbito do seu plano de atividades tem a longo prazo, que preparar as comemorações dos 500 anos da Benedita que vão ter lugar no ano de 2032, e tem, em curso, a médio prazo tem a outros dois projetos:
a) Recolha de memórias através de entrevistas com as comunidades vizinhas que nos deram origem (Turquel, Santa Catarina, Alvorninha e Rio Maior);
b) Estudo do percurso da estrada Dona Maria a Pia, de 1791, que a partir dessa data era o melhor acesso ao casario da Quinta da Serra.
Em 1972, o nosso historiador local, Fernando Maurício, captou duas imagens do interior da capela
e duas exteriores
A Terra Mágica das Lendas considera que, se a
demolição vier a suceder, será mais um atentado ao património protoinsdustrial
rural que vai eliminar mais um Lagar outrora ao serviço dos grandes olivais da
beira serra dos Candeeiros.
A Terra Mágica das Lendas pede algumas sugestões
aos seus associados e amigos aqui presentes, sobre o que poderemos sugerir à
Câmara Municipal de Alcobaça para que a estrada prevista sobre o lagar seja
desviada para a esquerda e que para diminuir encargos que este desvio possa
trazer que não seja construido o lago artificial mas cuidada a água da chavanca
porque é uma memória.
Tal como começamos este texto evocando António
Borges Coelho, com ele iremos terminar na convicção de que as nossas
instituições e a pequena entidade que é a Terra Mágica das Lendas, fazemos
parte “[…] do trabalho dos homens e mulheres que organizam a informação
conservada nos arquivos, bibliotecas e museus […], para salvaguardar o
“[...]milagre diário de existir”
“O artesão manipulador do tempo marca o produto
com a sua mente e a sua mão mas é extremamente dependente das informações, do
trabalho dos homens e mulheres que organizam a informação conservada nos
arquivos, bibliotecas e museus, das ideias e da carpintaria dos autores que o
antecederam, de toda a sociedade no pensar, no milagre diário de existir.”
António Borges Coelho
in Jornal de Letras
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